sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Conhecimento: Aprenda sobre o planeta Vênus e sua vulcanologia


Há muito tempo atrás se achava que Vênus era um planeta muito parecido com a Terra, digamos que um tipo de irmão quase gêmeo do nosso planeta por causa da semelhança na composição, gravidade, tamanho e densidade. Porém, começando a estudar Vênus perceberam que todas essas características não faziam dele um planeta habitável e tiveram uma surpresa com o inferno que ele parecia ser.

Planeta Vênus

Vênus possui uma rotação bem lenta e contrária aos outros planetas. Acredita-se que como o bombardeamento de meteoroides é enorme, um desses impactos fizeram com que sua rotação fosse revertida, o que hoje chamamos de “rotação retrógrada”. Devido a esse movimento, em Vênus o Sol nasce no oeste e se põe no leste, e um simples dia lá equivale a aproximadamente oito meses terrestres.
O que faz com que ele seja inabitável é a temperatura de 480ºC em sua superfície, originada pelo seu alto Efeito Estufa. Com toda essa temperatura, Vênus ganha o troféu de planeta mais quente do Sistema Solar. Mas o intrigante é saber que Vênus nem sempre foi tão quente.

Vulcão
Sua superfície pode ter sido bem parecida com a nossa, e os possíveis oceanos existentes podem ter secado devido ao Efeito Estufa descontrolado que ocorre lá. Ou seja, Vênus é um exemplo de mudança global que pode acontecer um dia com a Terra. Mas porque ocorreu uma evolução tão diferente da nossa e deixou Vênus tão quente?
Uma das respostas é a sua composição atmosférica composta por 95 % de dióxido de carbono. O grande volume desse gás faz com que haja uma maior retenção de calor. A fonte natural desse e de outros gases é o vulcanismo intenso que ocorreu há muito tempo. Ou não!
Em abril de 2010, cientistas divulgaram um possível derramamento recente de lava na superfície de Vênus, devido a um alisamento em seu solo. Então será que ainda há atividade interna lá?
A quantidade de gás carbônico liberado por um vulcão na terra é de aproximadamente cinco milhões de toneladas por ano. Não se sabe quantos vulcões existem em Vênus, mas acredita-se que esse número deve chegar a mais de 1 milhão, significando uma maior produção do gás. Além disso, eles também liberam dióxido de enxofre, que é a causa de suas nuvens de ácido sulfúrico.


Geografia venusiana
A paisagem de Vênus é marcada por elevadas cordilheiras, tendo como ponto mais alto o monte Maxwell, que é muito maior do que o Monte Everest por exemplo. Também podemos encontrar grandes canais devido às erupções vulcânicas e se pudéssemos ir lá, encontraríamos um solo avermelhado por causa da presença de ferro oxidado.

O vulcanismo em Vênus mostra menos tipos de erupções do que os vulcões terrestres. Quase todo vulcanismo lá envolve fluxo de lava, isso porque não há sinais de explosão e há uma pequena evidencia de erupções lamacentas e lavas viscosas. Com isso, podemos pensar numa combinação de vários efeitos, entre eles a pressão atmosférica e a quantidade de água existente no planeta.
Por causa da alta pressão atmosférica, o magma de Vênus precisa de muito mais gases do que o terrestre. A quantidade de água lá é bem escassa e a água é uma das principais causas do vulcanismo explosivo.
Não há evidências de placas tectônicas, pois não há um alinhamento dos vulcões, e também não existem boas evidencias de zonas de subducão, embora os rifts (quebras) sejam bem comuns. Portanto, podemos dizer que o vulcanismo em Vênus é muito mais regional e muito menos organizado.
Infelizmente, os dados sobre a geologia de Vênus ainda são muito limitados e apesar da maioria desses vulcões não possuírem atividade, provavelmente alguns ainda podem estar ativos.


Vulcões em Vênus
Os vulcões em Vênus estão divididos em: Escudos Grandes, Vulcões Pequenos, Caldeiras, Estruturas incomuns como, Carrapatos e Panquecas, Estruturas Tectono-Vulcânicas, Fluxos Grandes e Canais.

Mapa dos vulcões de Vênus
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Os Escudos Grandes
Existem mais de 150 vulcões em escudos em Vênus (aqueles que possuem uma base circular ou oval muito grande em relação a sua altura, na qual se você pegar no topo e virar, o seu formato ficará bem parecido com o de um escudo). O maior deles cobre quase a mesma área do rei do sistema solar, o Monte Olimpos em Marte, que possui um diâmetro basal de aproximadamente 800 km.

Os escudos de Vênus se mostram bem dispersos um dos outros, sugerindo que o planeta não possui placas tectônicas ativas, e podendo então ter seu vulcanismo relacionado à Hotspots.
Os Escudos Pequenos
Possuem um diâmetro basal inferior a 20 km. São os vulcões mais comuns encontrados no planeta, com aproximadamente 100 mil exemplares

Esses pequenos escudos geralmente ocorrem em grupos, chamados de “Campo dos Escudos”. Eles ocorrem nas regiões de mais baixa altitude, com isso, acredita-se que eles se originaram durante as primeiras fases de formação das planícies venusianas.
As Caldeiras
São estruturas grandes redondas ou ovais que possuem paredes íngremes, mas com bordas rasas e que muitas vezes são cercadas por falhas.

As caldeiras ocorrem quando o chão cai em mais de uma “esvaziada” da câmara magmática, podendo então ser construídas ao longo do tempo.
A maioria das caldeiras tem seu diâmetro em torno de 40 a 80 km, porém a maior delas possui 200 km de diâmetro.
Estruturas incomuns: Carrapatos e Panquecas
A maioria dos vulcões em Vênus é em escudo, mas alguns não são. Essas estruturas se originam de lavas muito espessas, viscosas e elas podem ser divididos em três tipos. O primeiro, conhecido como “Cúpulas em Panquecas”, o segundo, chamado de “Carrapatos” e o terceiro tipo que são as de grande espessura, com os fluxos em forma de leque ou em faixas.

Como as lavas basálticas são muito fluidas e finas, eles não parecem ter basalto em sua composição. Pelo contrário, eles apresentam rochas ricas em quartzo, podendo até serem graníticas. Existem algumas teorias de que basaltos “espumantes” devido a ser rico em gases, poderiam produzir tais lavas viscosas.
Estruturas Tectono-Vulcânicas
Essas estruturas recebem esse nome por serem uma mistura de lavas e falhas geológicas, e se diferenciam dos vulcões de duas maneiras. A primeira é que, vulcões frequentemente são formados em antigas falhas ou rifts, não causando esse tipo de falha. A segunda maneira é que a maioria dos vulcões venusianos são apenas grandes montes de lava. Além disso, as lavas compõem apenas uma pequena parte dessas estruturas.

Devido às diferenças encontradas nessas falhas, essas estruturas podem ser divididas em três tipos.
Coronas - Originadas por pequenas plumas do manto, possuem uma forma que varia de redonda a oval. Ao ter sua elevação, ocorre um resfriamento e em seguida o seu centro é afundado, formando então um anel em torno de suas falhas.
Elas variam de 100 a 1000 km de diâmetro, mas a maioria possuem um diâmetro de 250 km. Dentro delas pode ser encontrado planícies de lava e escudos pequenos, além de “cúpulas em panquecas”.

Aracnoides - Podem ser considerados os primos menores das coronas, eles também têm um anel em volta das falhas, mas eles estão dentro de um conjunto de cristas radiais. Esses anéis variam de 50 a 200 km de diâmetro e as cristas variam de 200 a 400 km de comprimento.
Essa estrutura tende a se aglomerar perto de coronas e de outros aracnoides. São formados praticamente da mesma forma que as coronas, porém tendem a mostrar menos lavas. No entanto, a falta de fluxos de lava sugere que há mais intrusões em aracnoides do que nas coronas. Alguns até acham que as cristas radiais podem ser grandes diques, e se for o caso, esses diques poderiam drenar magmas longe da pluma e limitar o volume de lavas na superfície.
Novas - Essa estrutura é a que apresenta menos sinais de vulcanismo. Ao invés disso, as Novas mostram um padrão do tipo “explosão estelar” de falhas, e algumas dessas falhas parecem alimentar os fluxos de lava, porém esse tipo de fluxo não é comum.
A maioria delas variam de 50 a 300 km de comprimento. Com isso, elas são aproximadamente do mesmo tamanho que os Aracnoides.
Mesmo sendo raras, elas ocorrem perto dos grandes escudos e dos grupos de Coronas e Aracnoides. Alguns acham que as Novas são apenas um primeiro estágio para a formação de Aracnoides e Coronas.

Os Fluxos Grandes e os Canais
Esses fluxos são encontrados principalmente perto das bordas das planícies de baixa altitude. Acredita-se que eles podem ter se formado perto do final da formação das planícies vesuvianas. Possuem em torno de 100 a 700 km de comprimento, mas o mais longo chega a 1.000 km.

Já os canais são encontrados em sua maioria nos campos de inundação de lavas ou outros vulcões. Esses canais têm geralmente de 0,5 a 1,5 km de largura, mas variam muito de comprimento. A maioria é inferior a 400 km, porém o maior canal tem em torno de 6.800 km de comprimento, o que faz dele o maior canal também do Sistema Solar.

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